A história dos judeus, ou israelitas, começa de forma mais concreta com a figura de Abraão, por volta do segundo milênio a.C. Segundo a tradição bíblica, Abraão foi chamado por Deus para deixar sua terra natal em Ur dos Caldeus (atual Iraque) e ir para uma terra que lhe seria mostrada, prometendo-lhe que ele seria o pai de uma grande nação e que por meio dele todas as famílias da terra seriam abençoadas. Essa promessa estabeleceu o fundamento da aliança entre Deus e o povo judeu, marcando-os como um povo escolhido para uma missão especial.
Os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó (também conhecido como Israel), continuaram essa linhagem. Jacó teve doze filhos, que se tornaram os chefes das doze tribos de Israel. A fome levou a família de Jacó a migrar para o Egito, onde inicialmente foram bem recebidos. No entanto, com o passar do tempo, tornaram-se escravos de Faraó, marcando um período de grande sofrimento.
A Libertação e o Êxodo
O ponto de virada dramático na história antiga dos judeus é o Êxodo, a libertação da escravidão egípcia sob a liderança de Moisés. Por volta do século XIII a.C., Moisés foi divinamente comissionado para guiar seu povo para fora do Egito. Essa jornada épica incluiu as Dez Pragas, a abertura do Mar Vermelho e a entrega da Torá (Lei Divina) no Monte Sinai. A Torá, que inclui os Dez Mandamentos, não é apenas um conjunto de leis, mas a própria essência da identidade judaica, um guia para a vida ética e espiritual, e o pacto renovado entre Deus e seu povo.
Após quarenta anos de peregrinação no deserto, os israelitas, liderados por Josué, entraram na terra de Canaã, a “Terra Prometida”. Este período marcou a transição de um povo nômade para uma nação estabelecida, com a conquista e divisão da terra entre as doze tribos
Divisão e Exílio
Após a morte de Salomão, o reino se dividiu em duas partes: o Reino de Israel no norte (com dez tribos) e o Reino de Judá no sul (com as tribos de Judá e Benjamim, onde estava Jerusalém). Essa divisão levou a sérias consequências. O Reino de Israel foi conquistado e disperso pelos assírios em 722 a.C., resultando na perda das “dez tribos perdidas”.
Mais tarde, em 586 a.C., o Reino de Judá foi conquistado pelos babilônios. O Primeiro Templo foi destruído, e grande parte da população foi levada para o exílio na Babilônia. Embora um período de profunda crise e desespero, o exílio também foi um tempo de intensa reflexão teológica e fortalecimento da identidade judaica, longe de sua terra e de seu Templo. Foi durante este período que as bases para a sinagoga e o estudo da Torá como centros de culto e vida comunitária começaram a se desenvolver, preparando o terreno para a resiliência judaica ao longo dos séculos de diáspora.
A história inicial dos judeus é uma tapeçaria de fé, luta, resiliência e a constante busca por manter a aliança com Deus. Ela estabeleceu os pilares de uma civilização que, apesar das adversidades, perdurou e continuou a contribuir significativamente para o mundo.
A história inicial dos judeus é uma tapeçaria de fé, luta, resiliência e a constante busca por manter a aliança com Deus. Ela estabeleceu os pilares de uma civilização que, apesar das adversidades, perdurou e continuou a contribuir significativamente para o mundo.
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